terça-feira, 8 de julho de 2008

Inventando a roda quadrada

A Justiça Eleitoral quer proibir quase todo tipo de manifestações na internet para impedir que haja “vantagem indevida” par algum candidato.

Valei-nos, padroeiro dos bytes, seja você quem for... A internet é justamente o veículo mais capaz de compensar vantagens indevidas!

É possível utilizá-la a custo praticamente zero. Um computador conectado em algum serviço de uso gratuito (Telecentro, Acessa São Paulo, Sesc, etc.) e pronto – qualquer um pode fazer campanha. Para si mesmo ou para seu candidato. Com um reles celular, pode gravar vídeos, fazer entrevistas, colher depoimentos e publicar tudo. Sem gastar uma fortuna em layout e fotolito e toneladas de papel, pode falar com milhares de pessoas. Pode dar respostas rápidas. Pode indicar suas referências. Pode oferecer muito mais informações do que nos folhetos, no rádio e na televisão.

Ao proibir orkuts e blogs, ao ameaçar multar com mais de cinqüenta mil reais quem falar bem de um candidato ou mal de outro, ou cometer o “crime” de declarar em quem vai votar, o Tribunal ameaça justamente os menores, os mais pobrinhos, os que têm menos espaço na grande mídia.

Se você só pode ter vídeos no seu site oficial e não hospedá-los no You Tube, isso significa que precisa ter um provedor “da pesada”, que custa muito mais caro. E por aí vai.

Como se não bastasse, é dificílimo – senão impossível – fiscalizar e punir corretamente. Se alguém criar uma página com nome falso, se um internauta na Suécia resolver fazer campanha pelo seu candidato no interior do Espírito Santo, como a Justiça vai punir o autor da infração? E quantas infrações serão, milhões??

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No começo das discussões sobre células-tronco no Supremo, a cientista Mayana Zatz foi a Brasília dar uma palestra sobre o assunto.

Eles não querem chamar alguém que entenda de internet para explicar como funciona esse troço?

Também podem perguntar para seus filhos, sobrinhos, netos... Ou fazer algo que a internet permite com certo conforto: pesquisar por si mesmos.