segunda-feira, 25 de agosto de 2008

TV & Internet

Vi na CNN que os Democratas (estadunidenses!) vão credenciar centenas de blogueiros para a cobertura da Convenção Nacional do Partido. Eles comentarão ao vivo os acontecimentos.

Esta é uma notícia do ano passado que já tratava disso. Os democratas, como era de se imaginar, são pioneiros nesse reconhecimento do papel dos blogs na cobertura política, e já haviam credenciado blogueiros antes.

Há critérios a cumprir para pleitear uma credencial, como “estar no ar há pelo menos seis meses e ter escrito no mínimo 120 posts”. Os blogueiros que estiveram em uma outra convenção relataram algumas dificuldades – por exemplo, com a interferência dos rádios dos muitos seguranças na transmissão de sinal por wi-fi.

O site democrata tem a relação de todos os blogs credenciados desta vez – veja aqui . Tem, por exemplo, o African American Political Pundit, o culturekitchen, o Crooks and Liars... De fato, a promessa de uma cobertura muito diversificada!

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Muito legal. Eu queria fazer a mesma coisa aqui, durante os debates na TV... Montar uma bancada de blogueiros para comentar – e, se for o caso, contestar – algumas coisas que são ditas pelos candidatos.

No debate da Bandeirantes, dava muita aflição ficar ouvindo afirmações mentirosas, exageradas, distorcidas e não poder falar nada. O único direito de resposta possível de ser concedido é a quem se sinta pessoalmente agredido. Papo furado não dá direito de resposta.

No horário eleitoral, também não. Incrível, vale tudo! Parece que números existem para ser distorcidos. E a gente não tem como entrar com ação por propaganda enganosa (ou tem?).

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Já não lembro se foi ontem no Fantástico ou hoje no Bom Dia Brasil, mas vi uma matéria excelente do Pedro Bial sobre o que não ficou de legal na China durante e depois das Olimpíadas. Manifestações reprimidas, imprensa edulcorada, gastos públicos exorbitantes, famílias removidas sem indenização, prisões mal explicadas... Sóbria, sem exageros dramáticos mas sem “passar um pano” (ou dar um desconto). Tipo de abordagem que a Globo às vezes deixa de fazer para não “estragar” a beleza da festa.

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Lá (na China) tem censura, e aqui... Tem regras tão apavorantes para quem cobrir a eleição, em nome da “isonomia”, que os jornalistas estão preferindo deixar de cobrir algumas pautas para não correrem o risco de serem processados. É uma paranóia com a igualdade absoluta de minutos e segundos que não tem cabimento.