terça-feira, 8 de julho de 2008

Os debates vêm aí

Na quinta-feira, vou gravar um depoimento para a Globo sobre transportes para eles usarem no SPTV. Tempo: 30 segundos. TRINTA SEGUNDOS para dizer o que eu pretendo fazer pelo transporte em São Paulo!

Isso não é debate, é gincana. Concurso de narrador do Jóquei Clube. Quadro divertido do Fantástico ("minha vida em 15 segundos").

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Hoje gravei uma chamada confirmando a minha participação no debate na Band, que será no fim do mês.

Tem havido muitas reuniões entre os assessores dos candidatos para combinar as regras – no Ig, Estadão, Globo, Record, na própria Band...

Como sempre acontece, os mais bem colocados resistem, relutam, não confirmam presença... Existe uma crença – compreensível – de que quem está na frente só tem a perder. Principalmente porque será o alvo preferencial de todos os presentes...

Nas últimas eleições, o Serra não foi a quase nenhum debate, o Lula também não. Só não entendo como eles podem achar vantagem em ficar apanhando sem ao menos estar lá para responder, mas sou a única... É consenso entre políticos e assessores que é melhor não ir.

E o que acho um absurdo também é passar a vida toda criticando quem “foge do debate” e depois... “Fugir”.

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Debate é arriscado mesmo. Os debatedores ficam tentando atingir um o ponto fraco do outro. Às vezes parece concurso de “Vixxxe!”, para ver quem dá a cutucada mais “esperta” no rival. Discutir os temas pra valer, que é bom...

Mesmo que não haja provocações e baixarias, é tenso. Você está lá ao vivo e uma pequena hesitação ou engano que seriam perfeitamente normais em qualquer outra situação da vida real se tornam obstáculos sérios. Você trabalha que nem um camelo por meses, anos para entender de um assunto e se preparar para a candidatura e pode por tudo a perder em uma resposta gaguejada. Terrível!

E o pior de tudo mesmo é o tempo: 2 minutos, 1 minuto e meio... Adoro os debates americanos, em que os candidatos desenvolvem à vontade o seu raciocínio, sendo interrompidos apenas se o mediador achar que alguém está abusando do tempo, fugindo do assunto, se comportando de maneira inadequada ou algo assim.

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Acho que eu fico mais nervosa e aflita assistindo debates quando sou só eleitora do que vou ficar quando estiver participando deles. É como jogar e torcer... Depois dos primeiros chutes, o jogador está mais calmo que o torcedor na arquibancada. Não poder fazer nada é muito enervante!