sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Corrida de Obstáculos (e salto em distância!)

Certa vez, a Comissão de Administração Pública convidou representantes da Emurb para falar sobre as novas placas com nomes de rua (aquelas que destacam o “apelido” da rua, informam a distância daquele ponto até o Marco Zero, etc. Bacanas). Conversando informalmente no fim da reunião, os técnicos da empresa comentaram o quanto eles ficam desesperados com a falta de ordem e critério na instalação de placas pela cidade – um deles mostrou um acervo de fotos de absurdos tiradas com o seu celular. Esquinas com faixas de pedestre transformadas em paliteiro, com postes de todos os tipos – sinal de contramão, estacionamento proibido, conversão proibida, iluminação pública, semáforo, velocidade máxima... Tudo desordenado, com cada uma em um suporte, prejudicando absurdamente a circulação.

Eles comentaram que Londres desenvolveu e está implementando um Plano Diretor de Sinalização, com vistas à Olimpíada de 2012. Achei o máximo. Quero adotar a idéia.

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Isso acabou me dando uma luz em relação às calçadas. Outro dia, alguém me perguntou: “O que você gostaria muito de fazer, mas dificilmente conseguiria concluir em quatro anos de mandato?”. Respondi “arrumar todas as calçadas da cidade”. É dificílimo (mais ainda quando ninguém nem se preocupa com isso, como costuma acontecer). Existem lugares em que elas precisariam ser muito mais largas – quando isso for possível proibindo o estacionamento de automóveis, ótimo, mas às vezes nem assim se resolve. E os aclives acentuados, os degraus absurdos?

Calçada é responsabilidade do proprietário dos lotes. Já existe legislação estabelecendo como deve ser o passeio público – medidas, materiais. É só a prefeitura obrigar os proprietários a cumprir a lei? Hmm... Antes fosse.

Além da questão da largura das ruas e dos aclives, tem outros problemas. As calçadas têm orelhões, lixeiras, caixas de correio, bocas-de-lobo, acesso à rede de telefonia e gás, árvores, floreiras, postes de luz, pontos de ônibus, as placas de trânsito... Como é que o proprietário sozinho vai resolver isso tudo?

Pensei, então, em criar um “Grupo Executivo de Calçadas”. Sediado na Emurb, com representantes de CET, Secretaria de Serviços, de Transportes, das Subprefeituras, empresas e órgãos estaduais. Que elaborasse e ficasse responsável por um Plano Diretor de Calçadas, estabelecendo um rol de ações conjuntas, garantindo recursos e se comprometendo com metas por regiões (x quilômetros em um determinado perímetro da Brasilândia, x quarteirões no Parque Novo Mundo...).

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Ontem, no caminho para a Globo, passei por uma calçada LOTADA de gente em um ponto de ônibus na Berrini. Uma coisa de louco. Não sei se esperavam o transporte público ou fretamentos. Só sei que havia, ali, umas duzentas pessoas.

Um pouco adiante, no mesmo quarteirão, um estacionamento particular. Ou seja, um espaço de espera para automóveis vazios.

Me deu uma vontade imensa de desapropriá-lo e transformar em mini-terminal. Um lugar coberto, com bancos, banca de jornal, lanchonete, banheiros, monitores de TV, floreiras... Totens eletrônicos com informações sobre a cidade, telefones públicos, internet. Onde as pessoas pudessem marcar encontro, esperar o ônibus confortavelmente. Ele continuaria parando no ponto na rua, mas a calçada ficaria desimpedida.

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Que delícia escrever quilômetros do que tenho pensado... Uma assessora do gabinete disse que leu um post em que parecia que eu estava falando do namorado, mas era o computador. “Estava morrendo de saudade, há muito tempo não tinha tempo para ele...”. Pois é, hoje vou ter o prazer de namorar um pouco meu notebook; não tenho nenhum compromisso na rua de manhã. Não vai dar nem para o cheiro – fechar o texto do programa de governo, responder mil entrevistas, entregar (atrasaDÍssima) a coluna da Vida Simples (meu ex-marido chamava esse meu trabalho de “uma farsa” – “Vida Simples, você?”), atualizar sites e blog, revisar o boletim semanal do mandato, avaliar projetos de lei dos quais sou relatora, escrever sobre o plenário (como prometi), sobre a avaliação do Voto Consciente...

Tem gente que nunca está contente. Consegui três horas para trabalhar sozinha, no horário em que meu rendimento é melhor (de manhã), e já estou reclamando que quero mais.

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A MAURREN É OURO!!!!!!!!!!!!!!