Ontem dormi no sofá, no meio do jogo do Palmeiras (e foi melhor assim). Acordei no meio da madrugada (3 e pouco) com barulho de passarinho (tem um doido que canta a noite toda), achando que era o alarme da moto. Juro que ouvi “este veículo está sendo roubado” entre um chilreio e outro.
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Anteontem, desci – apressada, atrasada como quase sempre – para a garagem sem pegar o capacete da moto. Moro no 13º andar; o elevador é tão lerdo que quando alguém anda nele pela primeira vez pensa que está parado. Chegar à garagem e descobrir que precisa subir tudo de novo é de lascar.
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Hoje fui à Globo participar do SPTV e passei direto pela emissora. Segui dois quarteirões a mais na Berrini, crente que ficava logo adiante. Por sorte (?), o trânsito estava horroroso (é horroroso ali) e, enquanto esperava o sinal abrir, perguntei para uma pessoa na calçada “cadê a Globo?”. Tive de dar a volta no quarteirão – que não é pequeno. Na marginal, passei de novo do ponto certo, peguei o começo da Roberto Marinho e outro pedaço de Berrini parada.
Se eu estivesse de carro, teria fervido e fundido o (meu) motor. Se estivesse de bicicleta, faria meia-volta com a maior facilidade.
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De manhã, saí de uma sabatina promovida por alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco – fiz o maior sucesso; devia ter umas vinte pessoas no enorme Salão Nobre... – e passei pelo bandejão da faculdade. Lotado de gente (80% homens) assistindo à final do futebol feminino na Olimpíada, torcendo fervorosa, sincera e apaixonadamente. Muito legal – exceto pelo resultado.
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Ontem à noite estive no Dom Macário, uma entidade exemplar na Vila Maria, fundada décadas atrás por um monge beneditino. Ela tem núcleos sócio-educativos (que oferecem atividades diversas para centenas de crianças no contra-turno da escola) e cursos profissionalizantes para outras centenas de adolescentes e jovens até 24 anos. Um lugar bonito, bem cuidado, atraente, que só não atende mais gente por falta de recursos – interesse, há de sobra. O curso de panificação, por exemplo, é um sucesso absoluto. E muita gente adoraria que houvesse o de cabelereiro.
A maior parte da grana vem de convênio com a prefeitura, mas ele não cobre todas as despesas. Doações de empresários da região? Tem não.
Por determinação legal, eles só oferecem qualificação profissional para jovens de até 24 anos. Mas participam do programa Ação Família, por meio do qual a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social faz contato com famílias em situação sócio-econômica difícil para inseri-los em programas diversos, na educação, na saúde...
O problema, contam os diretores do Dom Macário, é que o maior desejo das famílias é a requalificação profissional dos adultos. Das pessoas com 30, 40 ou 50 anos. Mas eles não podem atendê-las, então fica uma frustração imensa das duas partes. E o que seria melhor para a reinserção social do que a qualificação para o trabalho, a possibilidade de conseguir um emprego, trabalhar como autônomo ou abrir um negócio, conquistando a autonomia e a saída do sistema de proteção social?
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É tão legal conversar com quem está lá na ponta, com a mão na massa, e ouvir falar dos problemas, das grandes sacadas, dos desafios...
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Quando eles ainda podiam atender pessoas mais velhas, uma senhora de 56 anos fez o curso de eletricista. Quando foi comprar um fio para o ferro de passar, o rapaz da loja entregou um material que ela reprovou: “A amperagem do meu ferro é tal, a voltagem é não sei quanto, esse fio não vai agüentar. Traz um mais grosso”.
Não é uma delícia saber das coisas? Aprender e poder usar?
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Já fiz tanta coisa nos últimos sete dias que nem acredito. Manifestação do Greenpeace no Parque Vila-Lobos. Panfletagem em uma feira livre no Jardim Peri. Assisti a uma exposição (excelente!) sobre a demarcação contínua das terras indígenas na Reserva Raposa Serra do Sol. Dei uma entrevista para um TCC da Metodista (pessoalmente), Rádio Bandeirantes (idem), para o G1 (por telefone), respondi não sei quantas por email (sobre TCM, Plano Diretor, o centro da cidade, juventude, mobilidade, desenvolvimento econômico... Algumas com duas perguntas, outras com doze!). Estive no plenário, onde não aconteceu quase nada (preciso contar como foi na quarta-feira; o “quase nada” é importante, significativo). Fui ao debate da Região Episcopal da Brasilândia no domingo (já contei isso?), da Trópis, na Monte Azul (idem), do Nossa São Paulo na Penha (na segunda à noite). À redação do Grupo 1 de Jornais.
E o que eu deixei de fazer? Ainda não fui à Bienal do Livro, perdi a abertura de uma exposição ontem à noite, desmarquei uma reunião na segunda à tarde...
Devo estar esquecendo algumas coisas, mas agora é que não vou entrar na agenda para lembrar do que fiz. Vou é desligar o computador, comer alguma coisa e dormir na frente da televisão, vendo alguma coisa de Olimpíada. É bonito isso? Não é, mas tá acabando. A próxima (eleição, Olimpíada...) é só daqui a quatro anos.