quinta-feira, 24 de julho de 2008

Datena, PC, pesquisas, ET e caminhadas

Ai, que saudade eu estava do meu computador... Ou melhor, de UM computador, qualquer um. Passei a semana toda na rua para cima e para baixo. Este não é o meu – estou na redação da Bandeirantes, esperando para entrar no programa do Datena.

Pensei que ele não ia me convidar. Estou tão acostumada a não ser incluída em alguns programas... Em boa parte do tempo, é como se só houvesse três candidatos, no máximo quatro. Assim, pesquisas de intenção de voto acabam sendo o maior exemplo de profecia auto-realizável. Os que aparecem mais bem colocados – no mínimo, porque são mais conhecidos – são os que continuam aparecendo mais.

Tenho um texto começado sobre pesquisa; logo vou terminar e publicar. Muita gente já viu ET mas nunca respondeu a um pesquisador (em 22 anos de eleitora, ninguém nunca me perguntou “em quem você pretende votar?”; bom, também não vi ET...). Andando por aí, fazendo campanha, é difícil acreditar que uma em cada três pessoas (isto é, um pouco mais de 30%) esteja decidida a votar na Marta; outra (de cada trio) no Alckmin... A impressão que a gente tem é que a maioria não está decidida a nada. (Aliás, na pesquisa não estimulada, 34% das pessoas disseram que não sabem em quem votar ou não quiseram responder).

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Nos últimos dias, fiz três caminhadas de panfletagem. Uma na Praça Benedito Calixto (Pinheiros), outra em São Miguel e outra na Lapa. Em todos os lugares você encontra alguém que faz cara de nojo, não quer nem olhar na sua cara, quanto mais pegar um folheto. Mas a incidência de hostilidade e rejeição absoluta foi muito maior em Pinheiros do que nas ruas de comércio popular nos outros bairros. Na Benedito, uma mulher em uma das barracas de antigüidade não só não quis pegar o folheto (ok, ela pode não querer) mas disse que eu devia atravessar a rua e não pisar na calçada "dela". Não era nada pessoal, não. A bronca é com todos os políticos. Mas sobrou pra mim com uma violência, uma grosseria...

O pessoal de São Miguel provavelmente teria mais motivos para revolta, mas eles aceitam parar um segundo sua caminhada apressada, facilmente relaxam a expressão tensa e pegam um folheto. Acho que é até porque eles sabem como é tentar abordar alguém e ser mal tratado; como é viver de distribuir folheto, fazer propaganda corpo-a-corpo, tentar vender produto...

Vou entrar no ar. Depois eu termino